O QUE É SÍNDROME DE PÂNICO
A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por episódios súbitos e intensos de medo extremo, acompanhados de sintomas físicos e emocionais intensos. Esses episódios, conhecidos como ataques de pânico, podem ocorrer sem aviso prévio e sem um motivo aparente, causando sensação de perigo iminente e perda de controle.
Os ataques de pânico podem durar de minutos a horas e são frequentemente confundidos com problemas cardíacos, devido à intensidade dos sintomas físicos. A preocupação constante com a possibilidade de novos ataques pode levar ao desenvolvimento de agorafobia, um medo intenso de estar em locais onde o socorro não esteja disponível.
QUEM PODE SER ACOMETIDO PELA SÍNDROME DE PÂNICO?
A Síndrome do Pânico pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade, gênero, etnia ou condição socioeconômica. No entanto, alguns fatores de risco incluem:
- Histórico Familiar: Pessoas com parentes de primeiro grau com transtorno de pânico têm maior probabilidade de desenvolvê-lo;
- Eventos Estressantes ou Traumáticos: Como perdas significativas, acidentes, doenças graves ou abuso;
- Condições de Saúde Mental Associadas: Como depressão, transtorno de ansiedade generalizada (TAG) ou transtorno de estresse pós-traumático (TEPT);
- Uso de Substâncias: Cafeína, nicotina, álcool ou drogas recreativas podem desencadear ataques de pânico;
- Personalidade e Temperamento: Pessoas com alta sensibilidade ao estresse e tendência ao pensamento catastrófico.
Estima-se que cerca de 2% a 3% da população mundial sofra de Síndrome do Pânico. É mais comum em mulheres do que em homens, geralmente manifestando-se no final da adolescência ou no início da vida adulta.
PRINCIAPIS SINTOMAS DA SÍNDROME DE PÃNICO
Os sintomas de um ataque de pânico são intensos e podem incluir sintomas físicos, emocionais e comportamentais. Eles costumam atingir o pico em 10 minutos, mas podem durar mais tempo em alguns casos.
1. Sintomas Físicos:
- Taquicardia (batimentos cardíacos acelerados);
- Sudorese intensa e calafrios;
- Falta de ar ou sensação de sufocamento;
- Tontura, vertigem e sensação de desmaio;
- Náuseas e desconforto abdominal;
- Tremores e formigamentos nas extremidades;
- Dor no peito ou sensação de aperto no peito;
- Ondas de calor ou calafrios.
2. Sintomas Emocionais:
- Medo intenso de perder o controle ou “ficar louco”;
- Sensação de morte iminente ou catástrofe iminente;
- Despersonalização (sentimento de estar fora do próprio corpo);
- Desrealização (sensação de que o ambiente não é real).
3. Sintomas Comportamentais:
- Evitação de locais ou situações onde ocorreram ataques anteriores (como shoppings, transporte público ou multidões);
- Isolamento social devido ao medo de novos ataques;
- Procura constante por ajuda médica por medo de ter problemas de saúde graves.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE PÂNICO?
O diagnóstico da Síndrome do Pânico é clínico e baseado em critérios estabelecidos pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). O processo de avaliação envolve:
1. Avaliação Clínica Completa:
- Feita por um profissional;
- Entrevista detalhada sobre sintomas, frequência e intensidade dos ataques de pânico;
- Avaliação do histórico de saúde mental e eventos estressantes.
2. Critérios Diagnósticos para Síndrome do Pânico:
- Ataques de pânico recorrentes e inesperados;
- Preocupação constante com a possibilidade de ter novos ataques;
- Mudanças significativas no comportamento, como evitar situações ou locais onde os ataques ocorreram;
- Sintomas não atribuídos a outras condições médicas, como problemas cardíacos ou uso de substâncias.
3. Questionários e Escalas de Avaliação:
- Panic Disorder Severity Scale (PDSS): Para medir a gravidade dos sintomas;
- Beck Anxiety Inventory (BAI): Para avaliar a intensidade da ansiedade associada.
EXAMES COMPLEMENTARES
Embora não existam exames laboratoriais específicos para diagnosticar a Síndrome do Pânico, alguns testes complementares podem ser recomendados para descartar outras condições médicas com sintomas semelhantes, como:
- Exames de Sangue: Para verificar alterações hormonais (como problemas de tireoide) ou deficiências nutricionais;
- Eletrocardiograma (ECG): Para descartar problemas cardíacos, como arritmias;
- Exames Neurológicos: Se houver sintomas como tontura ou desmaios;
- Eletroencefalograma (EEG): Para descartar condições neurológicas, como epilepsia;
- Avaliação Completa: Para identificar comorbidades, como transtorno de ansiedade generalizada, depressão ou agorafobia.
TIPOS DE TRATAMENTO PARA SÍNDROME DE PÂNICO
O tratamento da Síndrome do Pânico é multidisciplinar e visa reduzir a frequência e a intensidade dos ataques de pânico, melhorar a qualidade de vida e prevenir o desenvolvimento de agorafobia. Inclui:
1. Tratamento Medicamentoso:
- Antidepressivos ISRS: Como sertralina, fluoxetina e paroxetina, que ajudam a regular neurotransmissores associados à ansiedade;
- Antidepressivos IRSN: Como venlafaxina, utilizados em casos específicos;
- Ansiolíticos Benzodiazepínicos: Como alprazolam e clonazepam, usados apenas para alívio rápido e de curto prazo devido ao risco de dependência.
2. Psicoterapia:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Considerada a mais eficaz para a Síndrome do Pânico, ajudando a pessoa a identificar e modificar padrões de pensamento catastróficos e comportamentos de evitação;
- Terapia de Exposição: Para enfrentar gradualmente situações temidas e reduzir a agorafobia associada;
- Técnicas de Relaxamento e Mindfulness: Para ajudar no controle da ansiedade e na regulação emocional.
3. Mudanças no Estilo de Vida:
- Atividade Física Regular: Ajuda a reduzir a ansiedade e melhorar o humor;
- Dieta Balanceada: Evitar cafeína e álcool, que podem desencadear ataques de pânico;
- Técnicas de Respiração e Relaxamento: Como meditação, yoga e exercícios de respiração diafragmática.
4. Apoio Psicossocial e Grupos de Suporte:
- Grupos de apoio oferecem um espaço seguro para compartilhar experiências e aprender estratégias de enfrentamento;
- Orientação familiar para ajudar no entendimento e suporte ao paciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Síndrome do Pânico é uma condição tratável, e o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações, como o desenvolvimento de agorafobia. Se você acredita que está enfrentando ataques de pânico ou conhece alguém que precisa de ajuda, procure um profissional.
Estamos à disposição para oferecer suporte, orientação e tratamento personalizado para ajudar você a recuperar a qualidade de vida e o bem-estar emocional.