O QUE É A FIBROMIALGIA?
A Fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada e sensibilidade em áreas específicas do corpo. Além da dor, a fibromialgia frequentemente está associada a fadiga intensa, distúrbios do sono, problemas de memória e alterações de humor.
Embora a causa exata seja desconhecida, acredita-se que envolva alterações na forma como o cérebro processa os sinais de dor, aumentando a sensibilidade a estímulos dolorosos.
FIBROMIALGIA E DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS
É comum que pessoas com fibromialgia também apresentem transtornos psiquiátricos, como:
- Depressão e Ansiedade: Devido ao impacto da dor crônica e à limitação nas atividades diárias;
- Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Comum em pessoas que passaram por traumas físicos ou emocionais;
- Distúrbios do Sono: Como insônia ou síndrome das pernas inquietas, que agravam a dor e a fadiga;
- Transtorno de Pânico: Com sintomas de ansiedade intensa e sensação de morte iminente.
A relação entre fibromialgia e doenças psiquiátricas é bidirecional: enquanto a dor crônica pode desencadear sintomas psiquiátricos, as condições psiquiátricas podem agravar a percepção da dor e o desconforto físico.
QUEM PODE SER ACOMETIDO PELA FIBRMIALGIA?
A fibromialgia pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade, etnia ou condição socioeconômica. No entanto, existem alguns fatores de risco:
- Gênero: Afeta principalmente mulheres (80% a 90% dos casos);
- Histórico Familiar: Pessoas com parentes de primeiro grau com fibromialgia têm maior probabilidade de desenvolvê-la;
- Traumas Físicos ou Emocionais: Acidentes, cirurgias, traumas emocionais e estresse intenso podem desencadear sintomas;
- Outras Doenças Crônicas: Como artrite reumatoide, lúpus e doenças autoimunes;
- Transtornos Psiquiátricos Preexistentes: Como depressão, ansiedade e TEPT.
Estima-se que cerca de 2% a 4% da população mundial seja afetada pela fibromialgia, sendo mais comum entre os 30 e 55 anos de idade.
PRINCIPAIS SINTOMAS DA FIBROMIALGIA
Os sintomas da fibromialgia variam em intensidade e podem flutuar ao longo do tempo. Os principais incluem:
1. Sintomas Físicos:
- Dor musculoesquelética generalizada e crônica, descrita como dor latejante, ardente ou pontadas;
- Sensibilidade aumentada ao toque em áreas específicas do corpo (pontos sensíveis);
- Fadiga intensa, mesmo após dormir por várias horas;
- Distúrbios do Sono, como insônia ou sono não reparador;
- Dores de cabeça frequentes, incluindo enxaquecas;
- Dores abdominais e problemas gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável (SII);
- Formigamento e dormência nas mãos e pés.
2. Sintomas Cognitivos (Fibrofog):
- Dificuldade de concentração e problemas de memória;
- Lentidão no raciocínio e sensação de “mente nublada”;
- Dificuldade em realizar tarefas simples do dia a dia.
3. Sintomas Emocionais e Psiquiátricos:
- Depressão e ansiedade devido à dor crônica e à limitação funcional;
- Irritabilidade e alterações de humor;
- Transtorno de Pânico, com crises de ansiedade intensa;
- Baixa autoestima e sentimentos de inutilidade;
- Distúrbios de sono, como insônia ou síndrome das pernas inquietas.
4. Sintomas Comportamentais:
- Isolamento social e afastamento de atividades sociais e profissionais;
- Dificuldade em manter relacionamentos devido às limitações físicas e emocionais;
- Diminuição da produtividade no trabalho e nos estudos.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA FIBROMIALGIA
O diagnóstico de fibromialgia é clínico, não havendo exames laboratoriais específicos para confirmá-lo. O processo de avaliação inclui:
1. Avaliação Clínica Completa:
- Feita por um médico com experiência em dor crônica;
- Entrevista detalhada sobre sintomas, duração e intensidade da dor, padrões de sono, fadiga e histórico de doenças psiquiátricas;
- Análise do histórico familiar e de possíveis gatilhos, como traumas físicos ou emocionais.
2. Critérios Diagnósticos (American College of Rheumatology):
- Dor generalizada em pelo menos 4 das 5 regiões corporais;
- Duração dos sintomas por pelo menos três meses;
- Ausência de outras condições médicas que expliquem a dor.
3. Termografia:
A Termografia é um exame complementar que utiliza câmeras de infravermelho para mapear as variações de temperatura na superfície da pele, detectando áreas de inflamação, alterações circulatórias e alterações neurovasculares.
Na fibromialgia, a termografia pode auxiliar:
- Identificando padrões anormais de calor em áreas doloridas;
- Correlacionando pontos sensíveis com alterações térmicas, auxiliando na localização das dores;
- Monitorando a evolução do tratamento, avaliando mudanças na circulação sanguínea e na inflamação.
4. Exames Complementares Adicionais:
- Exames de Sangue: Para verificar doenças reumatológicas e deficiências nutricionais;
- Teste de Função da Tireoide: Para excluir problemas hormonais;
- Exames Neurológicos: Se houver sintomas como dormência ou formigamento;
- Polissonografia: Para investigar distúrbios do sono, como apneia do sono.
Tipos de Tratamento para a Fibromialgia
O tratamento da fibromialgia é multidisciplinar e visa reduzir a dor, melhorar a qualidade do sono, aliviar sintomas psiquiátricos e melhorar a qualidade de vida. Inclui:
1. Tratamento Medicamentoso:
- Antidepressivos e Anticonvulsivantes para controle da dor neuropática;
- Analgésicos e Relaxantes Musculares para alívio da dor e rigidez muscular;
- Ansiolíticos para sintomas de ansiedade e pânico.
2. Terapias Complementares:
- Fisioterapia, Acupuntura e Massoterapia;
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para lidar com o impacto emocional;
- Técnicas de Relaxamento e Mindfulness para regulação emocional.
3. Mudanças no Estilo de Vida:
- Dieta Balanceada e Atividade Física Regular;
- Técnicas de Higiene do Sono e Redução do Estresse.
Considerações Finais
A fibromialgia associada a doenças psiquiátricas é uma condição tratável, e o diagnóstico precoce é fundamental. Se você apresenta sintomas, procure um médico. procure ajuda de um profissional.