Bulimia Nervosa: Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

A Bulimia Nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso, como vômitos induzidos, uso de laxantes, jejuns prolongados ou exercícios fís

O QUE É A BULIMIA NERVOSA?

A Bulimia Nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso, como vômitos induzidos, uso de laxantes, jejuns prolongados ou exercícios físicos excessivos. Pessoas com bulimia geralmente mantêm um peso corporal dentro da faixa normal, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Esse transtorno afeta significativamente a saúde física e mental, além de impactar a autoestima e os relacionamentos sociais.

CAUSAS E FATORES DE RISCO

A Bulimia Nervosa é um transtorno multifatorial, resultante da interação de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais:

  • Genética: Histórico familiar de transtornos alimentares, depressão ou ansiedade.
  • Desequilíbrios neuroquímicos: Alterações nos neurotransmissores, como serotonina e dopamina, que regulam o humor e o apetite.
  • Fatores Psicológicos: Baixa autoestima, perfeccionismo, ansiedade, depressão e distorção da imagem corporal.
  • Influências Socioculturais: Pressões sociais para a magreza e padrões de beleza irreais.
  • Histórico de Dietas Restritivas: Dietas excessivamente restritivas podem desencadear episódios de compulsão alimentar.
  • Experiências traumáticas: Abuso emocional, bullying relacionado ao peso ou eventos traumáticos na infância.
  • Influência de Redes Sociais: Comparações constantes com padrões de corpos idealizados na mídia e redes sociais.

SINTOMAS DE BULIMIA NERVOSA

Os sintomas da bulimia podem ser divididos em comportamentais, físicos e psicológicos:

1. Sintomas Comportamentais:

  • Episódios recorrentes de compulsão alimentar, com ingestão exagerada de alimentos em curto período de tempo.
  • Falta de controle durante as crises de compulsão.
  • Comportamentos compensatórios inapropriados, como vômitos autoinduzidos, uso de laxantes, diuréticos, jejum prolongado ou exercícios excessivos.
  • Preocupação excessiva com peso, forma corporal e calorias.
  • Rituais alimentares incomuns, como comer secretamente ou em grandes quantidades.

2. Sintomas Físicos:

  • Flutuações de peso, embora geralmente permaneçam dentro da faixa normal.
  • Danos aos dentes (erosão do esmalte) devido ao ácido estomacal dos vômitos.
  • Inflamação na garganta e glândulas salivares inchadas.
  • Problemas gastrointestinais, como constipação, dor abdominal e refluxo gástrico.
  • Fadiga constante, fraqueza muscular e tonturas.
  • Desidratação e desequilíbrios eletrolíticos, que podem levar a arritmias cardíacas.
  • Ciclos menstruais irregulares ou amenorreia (ausência de menstruação).

3. Sintomas Psicológicos:

  • Distorção da imagem corporal e insatisfação extrema com o próprio corpo.
  • Ansiedade intensa relacionada à alimentação e ao peso.
  • Baixa autoestima e sentimento de culpa ou vergonha após episódios de compulsão.
  • Oscilações de humor, irritabilidade e depressão.
  • Isolamento social e evasão de situações sociais que envolvam alimentação.

DIFERENÇA ENTRE BULIMIA NERVOSA E ANOREXIA NERVOSA

Embora ambos sejam transtornos alimentares graves, a diferença fundamental é que:

  • Na bulimia, ocorrem episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios, mantendo um peso corporal próximo ao normal.
  • Na anorexia nervosa, há restrição alimentar extrema e perda de peso significativa, com medo intenso de engordar, mesmo quando a pessoa está abaixo do peso saudável.

DIAGNÓSTICO DA BULIMIA NERVOSA

O diagnóstico é feito por um profissional de saúde mental com base em:

  • Histórico Clínico e Familiar: Investigação de padrões alimentares, comportamentos compensatórios e histórico psiquiátrico familiar.
  • Entrevista Clínica: Avaliação da imagem corporal, autoestima e funcionamento social.
  • Critérios Diagnósticos do DSM-5:
  • Episódios recorrentes de compulsão alimentar, pelo menos uma vez por semana, durante três meses.
  • Comportamentos compensatórios inapropriados para evitar o ganho de peso.
  • Autoavaliação influenciada excessivamente pela forma corporal e peso.
  • Questionários e Escalas de Avaliação: Como o Eating Disorder Examination (EDE) e o Bulimia Test-Revised (BULIT-R).

EXAMES COMPLEMENTARES

Os exames complementares ajudam a avaliar o impacto físico da bulimia no organismo, incluindo:

  • Hemograma completo: Para verificar anemia, leucopenia ou desequilíbrios eletrolíticos.
  • Função hepática e renal: Para avaliar possíveis danos causados por vômitos e uso de laxantes.
  • Níveis hormonais: Como TSH, estrógeno e testosterona, para investigar irregularidades menstruais.
  • Eletrocardiograma (ECG): Para verificar arritmias cardíacas devido a desequilíbrios eletrolíticos.
  • Exames gastrointestinais: Para avaliar complicações como refluxo ou constipação.
  • Exame odontológico: Para avaliar danos ao esmalte dentário e cáries.

TRATAMENTO DA BULIMIA NERVOSA

O tratamento é multidisciplinar e envolve intervenções médicas, nutricionais e psicoterapêuticas. Inclui:

1. Acompanhamento Médico:

  • Monitoramento de peso, sinais vitais e exames laboratoriais.
  • Uso de medicamentos:
  • Antidepressivos (ISRS), como Fluoxetina, que ajudam a reduzir episódios de compulsão alimentar.
  • Ansiolíticos, para controlar a ansiedade relacionada à alimentação.

2. Terapia Nutricional:

  • Educação nutricional e reintrodução gradual de alimentos.
  • Planejamento alimentar para normalizar padrões alimentares.
  • Suporte para melhorar a relação com a comida e evitar episódios de compulsão.

3. Psicoterapia:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Para desafiar pensamentos distorcidos e modificar comportamentos alimentares desordenados.
  • Terapia Comportamental Dialética (TCD): Para manejo emocional e redução de comportamentos impulsivos.
  • Terapia Interpessoal (TIP): Para melhorar relacionamentos sociais e autoestima.
  • Psicoterapia Familiar: Para envolver a família no suporte emocional e no tratamento.

4. Intervenções Psicossociais:

  • Grupos de apoio e terapia de grupo: Para suporte emocional e troca de experiências.
  • Reabilitação psicossocial: Para ajudar na reintegração social e ocupacional.

PREVENÇÃO A BULIMIA NERVOSA

A prevenção envolve a conscientização e a educação sobre alimentação saudável e imagem corporal:

  • Promoção de uma imagem corporal positiva e aceitação do próprio corpo.
  • Educação nutricional para adolescentes e jovens adultos.
  • Sensibilização sobre os perigos das dietas restritivas.
  • Sensibilização sobre os perigos das dietas restritivas.

CONCLUSÃO

A Bulimia Nervosa é um transtorno alimentar grave, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível alcançar a recuperação. O suporte contínuo de uma equipe multidisciplinar é essencial para o sucesso do tratamento.

Agende uma consulta e obtenha o suporte necessário para o manejo adequado da Bulimia Nervosa.

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