Associação entre Alzheimer e Parkinson: Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

A associação entre Alzheimer e Parkinson ocorre quando um indivíduo apresenta sintomas e alterações neurológicas de ambas as doenças simultaneamente.

O QUE É A ASSOCIAÇÃO ENTRE ALZHEIMER E PARKINSON?

A associação entre Alzheimer e Parkinson ocorre quando um indivíduo apresenta sintomas e alterações neurológicas de ambas as doenças simultaneamente. Embora o Alzheimer e o Parkinson sejam doenças neurodegenerativas distintas, é possível que coexistam em um mesmo paciente, resultando em um quadro clínico complexo, que combina declínio cognitivo (característico do Alzheimer) e sintomas motores (característicos do Parkinson).

Essa combinação é conhecida como Demência Mista ou Demência de Dupla Patologia, e ocorre devido ao acúmulo de placas de beta-amiloide e emaranhados de tau (associados ao Alzheimer), juntamente com corpos de Lewy (associados ao Parkinson).

COMO OCORRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE ALZHEIMER E PARKINSON?

A sobreposição dos processos patológicos ocorre devido a alterações neurodegenerativas que afetam diferentes regiões do cérebro:

  • No Alzheimer, há acúmulo de placas de beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares de tau no córtex cerebral e hipocampo, resultando em perda de memória e declínio cognitivo.
  • No Parkinson, ocorre acúmulo de corpos de Lewy (depósitos de alfa-sinucleína) nos gânglios da base e tronco cerebral, causando tremores, rigidez muscular e lentidão motora (bradicinesia).
  • Quando ambas as patologias coexistem, há um declínio mais rápido das funções cognitivas e motoras, além de maior complexidade no tratamento e manejo dos sintomas.

CAUSAS E FATORES DE RISCO

Embora a causa exata da associação entre Alzheimer e Parkinson ainda não seja completamente compreendida, sabe-se que alguns fatores aumentam o risco dessa condição:

1. Fatores Genéticos e Hereditariedade:

  • Presença do gene APOE-e4 aumenta o risco de Alzheimer.
  • Mutação nos genes LRRK2, PARK7, SNCA e PINK1 está associada ao Parkinson.
  • Histórico familiar de Alzheimer, Parkinson ou Demência com Corpos de Lewy.

2. Idade e Sexo:

  • O risco aumenta significativamente após os 65 anos.
  • A associação é mais comum em homens do que em mulheres.

3. Alterações Neurológicas:

  • Acúmulo de beta-amiloide, tau e corpos de Lewy nas mesmas regiões cerebrais.
  • Perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra e redução da acetilcolina no córtex cerebral.

4. Fatores Ambientais e Estilo de Vida:

  • Traumas cranianos recorrentes ou lesões cerebrais traumáticas.
  • Doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes.
  • Sedentarismo, alimentação inadequada e obesidade.
  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool.

    SINTOMAS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE ALZHEIMER E PARKINSON

    Os sintomas combinam características de ambas as doenças, afetando tanto as funções cognitivas quanto as motoras:

    1. Sintomas Cognitivos (Característicos do Alzheimer):

    • Perda de memória recente e dificuldade em lembrar eventos, datas e nomes.
    • Dificuldade de concentração e lentificação do pensamento.
    • Desorientação espacial e confusão sobre tempo e lugar.
    • Dificuldade na linguagem, como encontrar palavras e formar frases completas.
    • Alterações no julgamento e dificuldade em tomar decisões.
    • Dificuldade em realizar tarefas cotidianas, como cozinhar ou pagar contas.

    2. Sintomas Motores (Característicos do Parkinson):

    • Tremores em repouso, geralmente nos braços e mãos.
    • Rigidez muscular e dificuldade em iniciar movimentos.
    • Bradicinesia (lentidão nos movimentos).
    • Dificuldade de equilíbrio e quedas frequentes.
    • Alterações na marcha, como passos curtos e arrastados.
    • Expressão facial reduzida (hipomimia) e dificuldade para falar (disartria).

    3. Sintomas Psiquiátricos e Comportamentais:

    • Alucinações visuais e delírios paranoides.
    • Ansiedade, depressão e mudanças de humor.
    • Apatia, perda de motivação e isolamento social.
    • Distúrbios do sono, incluindo insônia e comportamento agitado durante o sono REM.

    DIAGNÓSTICO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE ALZHEIMER E PARKINSON

    O diagnóstico é complexo e realizado com base em:

    • Histórico Clínico e Familiar: Investigação dos sintomas, histórico de Alzheimer, Parkinson ou Demências na família.
    • Entrevista Clínica: Avaliação dos sintomas cognitivos, motores, psiquiátricos e distúrbios do sono.
    • Exames Neurológicos e Cognitivos: Testes de memória, atenção, raciocínio e funções executivas.
    • Questionários e Escalas de Avaliação:
    • Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Montreal Cognitive Assessment (MoCA).
    • Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS) para avaliar sintomas motores.
    • Exames de Imagem:
    • Ressonância Magnética (RM) para descartar outras causas de demência.
    • Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) para identificar placas de beta-amiloide e tau.
    • SPECT cerebral (DaTscan) para avaliar transportadores de dopamina nos gânglios da base.
    • Exames Laboratoriais:
    • Análises do líquor (líquido cefalorraquidiano) para verificar níveis de beta-amiloide, tau e alfa-sinucleína.

    TRATAMENTO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE ALZHEIMER E PARKINSON

    Não há cura para essa condição, e o tratamento é voltado para o alívio dos sintomas e melhoria da qualidade de vida. Inclui:

    1. Medicamentos Cognitivos:

    • Inibidores da Acetilcolinesterase: Donepezila, Rivastigmina para melhorar a cognição.
    • Memantina para modular o glutamato e proteger os neurônios.

    2. Medicamentos para Sintomas Motores:

    • Levodopa para melhorar a rigidez e a lentidão motora.
    • Agonistas dopaminérgicos, como Pramipexol e Ropinirol.

    3. Medicamentos Psiquiátricos:

    • Antidepressivos (ISRS), como Sertralina para tratar depressão e ansiedade.
    • Antipsicóticos atípicos (como Quetiapina) em baixas doses para alucinações e delírios.

    4. Terapias Não Farmacológicas:

    • Estimulação Cognitiva com exercícios de memória e raciocínio.
    • Fisioterapia e Terapia Ocupacional para melhorar a mobilidade e funcionalidade.
    • Musicoterapia e arteterapia para promover o bem-estar emocional.

    CONCLUSÃO

    A associação entre Alzheimer e Parkinson é complexa e desafiadora, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível melhorar a qualidade de vida.

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