Demência Frontotemporal: Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

A Demência Frontotemporal (DFT) é um grupo de doenças neurodegenerativas que afetam os lobos frontais e temporais do cérebro, responsáveis pelo comportamento, emoções, linguagem e tomada de decisões.

O QUE É DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL?

A Demência Frontotemporal (DFT) é um grupo de doenças neurodegenerativas que afetam os lobos frontais e temporais do cérebro, responsáveis pelo comportamento, emoções, linguagem e tomada de decisões. Diferente do Alzheimer, a DFT causa mudanças significativas na personalidade, comportamento social e linguagem antes de afetar a memória. É a segunda forma mais comum de demência precoce, afetando geralmente pessoas entre 45 e 65 anos.

TIPOS DE DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL

A DFT é dividida em três subtipos principais, com base nos sintomas predominantes:

1. Variante Comportamental (DFTvc):

  • Afeta principalmente o lobo frontal, resultando em mudanças de comportamento e alterações na personalidade.
  • Os sintomas incluem perda de empatia, desinibição social, impulsividade e apatia.
  • O julgamento e a tomada de decisões são prejudicados.

2. Afasia Progressiva Primária (APP):

  • Afeta o lobo temporal, impactando a linguagem e a comunicação.
  • Divide-se em dois subtipos:
  • Afasia Progressiva Não Fluente (APPnf): Dificuldade na fala e na construção de frases gramaticais.
  • Demência Semântica: Perda de compreensão de palavras e significados, afetando a nomeação de objetos.

3. Degeneração Lobar Frontotemporal com Doença do Neurônio Motor:

  • Associada à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), afetando funções motoras.
  • Inclui fraqueza muscular, espasmos, dificuldade para engolir e falar.

CAUSA E FATORES DE RISCO

A Demência Frontotemporal é causada pela degeneração das células nervosas nos lobos frontais e temporais do cérebro. Acredita-se que essa degeneração esteja relacionada a:

1. Acúmulo de Proteínas Anormais:

  • Proteínas tau (associadas a microtúbulos) e TDP-43 (proteínas ligadas ao RNA) formam depósitos anormais, interrompendo a comunicação entre os neurônios.
  • Isso leva à morte neuronal e à atrofia cerebral nas regiões afetadas.

2. Genética e Hereditariedade:

  • Cerca de 40% dos casos têm histórico familiar de demência frontotemporal.
  • Mutação nos genes MAPT, GRN e C9ORF72 são os principais responsáveis pela forma hereditária.
  • O gene C9ORF72 está associado à DFT com ELA.

3. Outros Fatores de Risco:

  • Idade: Ocorre com maior frequência entre 45 e 65 anos.
  • Histórico familiar de doenças neurodegenerativas.
  • Fatores ambientais ainda não completamente compreendidos, mas suspeita-se de envolvimento em casos esporádicos.

SINTOMAS DA DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL

Os sintomas variam de acordo com o subtipo, mas geralmente incluem:

1. Variante Comportamental (DFTvc):

  • Mudanças de personalidade e comportamento social inadequado.
  • Perda de empatia e indiferença emocional.
  • Desinibição social, incluindo comportamentos impulsivos e inapropriados.
  • Apatia e falta de motivação.
  • Compulsões e comportamentos repetitivos, como manias alimentares.
  • Dificuldade na tomada de decisões e julgamento prejudicado.
  • Falta de higiene pessoal e negligência com aparência.

2. Afasia Progressiva Primária (APP):

  • Afasia Progressiva Não Fluente (APPnf):
  • Dificuldade em falar, com discurso lento e esforço para formar frases.
  • Erro gramatical e omissão de palavras.
  • Dificuldade na articulação e problemas na pronúncia.
  • Demência Semântica:
  • Perda do significado das palavras e dificuldade em nomear objetos.
  • Dificuldade em compreender frases complexas.
  • Alterações na leitura e escrita.

3. Degeneração Lobar Frontotemporal com Doença do Neurônio Motor:

  • Fraqueza muscular e atrofia.
  • Espasmos musculares e fasciculações (contrações involuntárias).
  • Dificuldade na fala (disartria) e problemas na deglutição (disfagia).
  • Perda de mobilidade e dificuldade em realizar movimentos voluntários.

DIAAGNÓSTICO DA DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL

O diagnóstico é realizado com base em:

  • Histórico Clínico e Familiar: Investigação dos sintomas, histórico familiar de demência e idade de início dos sintomas.
  • Entrevista Clínica: Avaliação do comportamento, linguagem e habilidades sociais.
  • Exames Neurológicos e Cognitivos: Testes de linguagem, memória, funções executivas e habilidades sociais.
  • Questionários e Escalas de Avaliação: Como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e o Frontal Assessment Battery (FAB).
  • Exames de Imagem:
  • Ressonância Magnética (RM) para identificar atrofia dos lobos frontal e temporal.
  • Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) para avaliar o metabolismo cerebral.
  • Exames Genéticos:
  • Testes para mutações nos genes MAPT, GRN e C9ORF72 em casos familiares.
  • Exames Neuropsicológicos:
  • Avaliação detalhada das funções cognitivas, incluindo linguagem e comportamento social.

Tratamento da DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL

Não há cura para a Demência Frontotemporal, e o tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Inclui:

1. Medicamentos:

  • Antidepressivos (ISRS), como Sertralina e Fluoxetina, para tratar apatia e comportamentos compulsivos.
  • Antipsicóticos atípicos (como Quetiapina) podem ser usados com cautela para controlar agitação.
  • Estabilizadores de humor, como Valproato, para lidar com impulsividade e agressividade.

2. Terapias Não Farmacológicas:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Para ajudar na adaptação às mudanças comportamentais.
  • Terapia de Fala e Linguagem: Para melhorar a comunicação em casos de Afasia Progressiva Primária.
  • Fisioterapia e Terapia Ocupacional: Para melhorar a mobilidade e a funcionalidade diária.
  • Musicoterapia e Arteterapia para promover o bem-estar emocional.

3. Intervenções Psicossociais:

  • Educação para cuidadores sobre manejo da DFT e suporte emocional.
  • Grupos de apoio para pacientes e cuidadores.
  • Adaptação do ambiente doméstico para segurança e conforto do paciente.

4. Cuidados Paliativos:

  • Alívio do sofrimento e cuidados de fim de vida na fase avançada da doença.
  • Equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.

CONCLUSÃO

A Demência Frontotemporal é uma condição neurodegenerativa complexa, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível melhorar a qualidade de vida do paciente.

Agende uma consulta para uma avaliação completa e orientações personalizadas sobre a Demência Frontotemporal.

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